O fotógrafo cearense José Albano apresentará o livro “Manual do Viajante Solitário: rodando de moto nas estradas do Brasil”, na próxima terça-feira, 27, às 18 horas, dentro do programa Troca de Ideias, no auditório do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – 3º andar – Centro – fone: (85) 3464.3108).
O livro é um estímulo ao uso da motocicleta, sobretudo a de baixa cilindrada, como uma solução prazerosa e de custo reduzido em viagens de trabalho ou lazer pelas estradas brasileiras. O manual cobre todos os aspectos das viagens de motocicleta, incluindo roteiros, hospedagem, alimentação, bagagem, conforto e os riscos inerentes a esse tipo de percurso, assim como aspectos emocionais e filosóficos vivenciados pelo viajante solitário sobre duas rodas.
Essa edição do programa Troca de Ideias será ilustrada com uma projeção das fotografias publicadas no referido livro. José Albano também fará uma leitura de textos selecionados de alguns capítulos da obra. O “Manual do Viajante Solitário” será lançado ainda neste semestre com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
História de vida e trajetória profissional
José Cordeiro Albano nasceu em Fortaleza em 13 de março de 1944. Começou a fotografar em 1967, enquanto cursava Letras na Universidade Federal do Ceará e ensinava português e inglês.
Em 1969, trabalhou como fotógrafo de retratos no Rio de Janeiro e na Editora Bloch no departamento Manchete Press Agency, editando fotografias para venda a publicações no Brasil e exterior.
Entre 1970 e 1972, com bolsa de estudos da Comissão Fullbrigh do Governo dos Estados Unidos da América, obteve o Mestrado em Fotografia na Newhouse School of Public Communications da Syracuse University, Nova York, percorrendo, em seguida, os Estados Unidos, o Canadá e 12 países da Europa em viagens fotográficas, experiência que gerou cinco exposições individuais: “Crianças das Américas”, “Itália”, “Alemanha”, “França” e “Barcelona de Gaudi” – assim como uma série de 43 reportagens para o jornal O POVO, em Fortaleza.
De volta ao Ceará em 1973, ministrou diversos cursos de iniciação à fotografia junto ao Serviço de Extensão da Universidade Federal do Ceará (Casa Amarela), entre outros. Atuou como fotografo publicitário para Scala Publicidade em Fortaleza, e depois como autônomo, posição mantida até o presente, realizando fotografia profissional para o comércio e indústria no Ceará, ilustração fotográfica de livros, restauração e reprodução de fotos antigas, retratos, documentação da paisagem, ecologia e turismo no estado do Ceará, sobrando ainda tempo para a fotografia de expressão pessoal e ocasionais retornos ao fotojornalismo.
Um de seus trabalhos mais conhecidos, encomendado em 1988, pela Pastoral Indigenista da Arquidiocese de Fortaleza, é a coleção de retratos “Criança Tapeba”, que resultou numa exposição individual, exibida várias vezes em Fortaleza e em outras cidades brasileiras, assim como no exterior, na Alemanha e Inglaterra, em exposições coletivas. Desta coleção, imagens foram adquiridas pelo Museu de Arte de São Paulo, integrando a coleção Pirelli/Masp de Fotografias e pelo fotógrafo e colecionador Joaquim Paiva para o seu acervo de fotografia brasileira contemporânea, além de agraciada com o 1º Prêmio no Salão Nacional de Fotografia sobre Racismo e Discriminação, promovido pelo Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, em Porto Alegre, RS.
Ganhou Menção Honrosa no Concurso Internacional Nikon de Fotografia 92/93 e o Prêmio ACCU do concurso internacional “Living Together” da Asia/Pacific Cultural Center for Unesco, Tokyo, Japão em 1995, com imagens da coleção de fotografias do movimento alternativo no Brasil.
Em 1998, participou do “Projeto Brasil 500 Anos” de Paula Simas, com imagens da vida dos meninos de Sabiaguaba, mostradas na exposição “Vida de Menino”, em outubro de 2002, na galeria de arte do Centro Cultural Banco do Nordeste. Sua primeira exposição a marcar presença na Internet.
Foi premiado em reconhecimento ao conjunto de sua obra em 1998 com Troféu Iracema e o Prêmio Dragão do Mar de Arte e Cultura, na categoria Fotografia, promovido pelo jornal O POVO, Secretaria de Cultura do Estado do Ceará e Fundação Demócrito Rocha. E em 2004, recebeu da Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da FUNCET, o Prêmio Patativa de Arte e Cultura pelo conjunto da obra assim como à sua atuação no panorama sócio cultural da cidade.
Atualmente, já na sua fase digital, faz documentação fotográfica, junto ao irmão Maurício Albano, para o projeto “Comida Ceará” do Centro Cultural Dragão do Mar.