Diagnóstico preciso da doença é fundamental para garantir melhor qualidade de vida aos pacientes
Depois dos 30-40 anos, as mulheres têm três vezes mais chances de desenvolver distúrbios da tireoide, principalmente o hipotireoidismo. Nesse caso, a glândula tireoide – que tem a forma de uma borboleta e está localizada na base do pescoço – passa a apresentar redução na quantidade de hormônio produzido, comprometendo diversas funções do organismo e podendo dificultar o diagnóstico.
Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas é comum a paciente apresentar fadiga, enfraquecimento das unhas, queda acentuada de cabelo, sonolência, ganho de peso, constipação e dor no corpo. Algumas chegam a apresentar depressão e perda de memória. Com tantas manifestações distintas, somente um diagnóstico acertado poderá controlar o problema e garantir mais qualidade de vida à paciente.
“A doença pode ser diagnosticada por um simples exame de sangue em que são realizadas as dosagens dos hormônios tireoidianos T3 e T4, além do TSH – hormônio produzido pela hipófise e que estimula a produção da tireoide. Também poderá ser solicitada a dosagem de auto-anticorpos. Entretanto, quando o médico endocrinologista suspeita da presença de nódulos, poderá sugerir a realização de exames complementares, como ultrassonografia, cintilografia ou mesmo uma biópsia”, diz a médica radiologista Maria Cristina Chammas, do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo.
A presença de um nódulo na tireoide na maioria das vezes não significa câncer. Entretanto, a doença é detectada em 5% dos nódulos de tireoide. De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), esse tipo de câncer tem baixa ocorrência e costuma representar pouco mais de 1% de todos os casos de câncer registrados – que, na maioria das vezes, apresenta ótima evolução. Mas pacientes com história de irradiação prévia na região do pescoço ou com histórico da doença na família devem ser submetidas a um exame mais minucioso.
Avanços na detecção do câncer de tireoide são vistos com ressalvas
Vários artigos apontam que o mapeamento dúplex-Doppler colorido, ou seja, a análise conjunta da ultrassonografia convencional e do mapeamento Doppler colorido e pulsado, é a melhor forma de selecionar os nódulos com risco aumentado para presença de câncer. Dessa forma, é possível indicar melhor os nódulos que necessitam ser investigados por meio de biópsia aspirativa por agulha fina, evitando procedimentos desnecessários.
Por outro lado, “como o Brasil tem proporções continentais e nem todos os centros diagnósticos podem contar com equipamentos sensíveis e operadores bem treinados, há casos em que é preferível não levar em conta os dados do mapeamento Doppler e se concentrar tão-somente nas características apresentadas pelo ultrassom para tentar selecionar os nódulos com risco aumentado”, alerta a médica.
De acordo com a doutora Maria Cristina, “o sucesso do médico executante da ultrassonografia da tireoide está na realização desse procedimento com equipamento sensível e transdutor de frequência apropriada. Além disso, é fundamental ter plena consciência do que procurar durante o exame, utilizar a técnica corretamente, produzir boa documentação fotográfica e descrever as alterações significativas no corpo do laudo, principalmente os critérios necessários para análise do risco do nódulo tireoidiano. Esses passos certamente beneficiarão o paciente, bem como irão satisfazer os anseios do médico solicitante do exame”.
Fonte: Dra. Maria Cristina Chammas, médica radiologista do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo. (http://www.cdb.com.br/)