Antiga Fachada
Famoso ponto de encontro da noite paulistana retorna em seu endereço original...O Paribar, atrás da Biblioteca Pública Municipal, foi um dos nossos bares mais frequentados. Cheguei a acreditá-lo eterno, um postal da cidade. Lá se servia de tudo, até o papo inteligente de Sérgio Milliet, então o mais refinado dos intelectuais paulistas. Era delicioso sentar-se no Paribar e ver o povo passar.
(Marcos Rey, “Bares da saudade”, publicado na “Veja São Paulo” em 1998).
Marco da história boêmia de São Paulo, o bar e restaurante Paribar será reaberto no dia 6 de abril no mesmo endereço em que a casa funcionou de 1942 a 1980 - a praça Dom José Gaspar, no centro de São Paulo, logo atrás da Biblioteca Mário de Andrade. Comandado pelo empresário e chef Luiz Campiglia e com o famoso barman Kascão Oliveira como responsável pelo bar, o Paribar aposta na revitalização do Centro, trazendo de volta a boemia paulistana para seu berço e lugar de direito, representando tudo o que acontece de mais legal e mais agitado na cidade.
Campiglia, que tinha um restaurante no mesmo ponto onde funcionava o bar (o extinto Santa Fé), pesquisou a história do Paribar por meio de fotos, registros e memórias dos frequentadores que sempre paravam em frente de seu restaurante para contar histórias sobre o local, ponto de encontro de jornalistas e intelectuais por 40 anos. Porém, a nova casa não pretende ser um mero reduto nostálgico: a ideia é trazer novas gerações para o Centro, compartilhando a história do local e ajudando a escrever mais um capítulo da história da noite de São Paulo.
Do Bar
O barman Kascão Oliveira, que já trabalhou em casas como o Dry e Shaker Club, comanda as coqueteleiras do Paribar. O projeto da casa investiu em um balcão com banquetas de metal que estimulam a interação dos clientes com o barman. Entre as especialidades da casa, então drinques como o Kasato Maru (xarope de chá verde, suco de limão, saquê e wasabi, R$ 16,90), o Hennessy City SP (conhaque, suco de cranberry, xarope de romã e suco de limão, R$ 26,40) e o Marconi (suco de pêssego, licor Curaçao Blue, suco de abacaxi e rum prata, R$ 13,18).
Não poderiam faltar também na carta do bar alguns clássicos de todos os tempos, como o Negroni (gim, Campari e vermute, R$ 18,70), Brandy Alexander (brandy, creme de cacau, creme de leite e canela em pó, R$ 14,10) e Kir (vinho branco seco, creme de cassis e cereja, R$ 13,10). O cardápio também conta com uma boa seleção de caipirinhas, cachaças e cervejas.
Para acompanhar as bebidas, o cardápio traz uma seção chamada Petiscos do Mercadão, com o melhor dos acepipes encontrados no Mercado Municipal de São Paulo, um dos símbolos da revitalização do centro. Entre os pratos servidos em louças criadas exclusivamente para a casa, estão as ervilhas ao wasabi (R$ 9,90), as cebolinhas no aceto balsâmico (R$ 8,10), o Viagra (misto de amendoins, R$ 5,90) e os Frios do Mercado Municipal (pastrami, picanha cozida defumada, presunto tipo alemão e lombo condimentado, R$ 17,60).
Quem preferir pode escolher uma das várias porções do menu, todas com nomes de bares que fizeram a história da noite paulistana, como o Nick Bar (croquetes de calabresa, R$ 19,80 por dez unidades), o London Tavern (filé mignon com molho rôti da casa, R$ 41,80) e o Dom Casmurro (pedaços de frango empanado servidos com molho tártaro, R$ 22,10).
Do Restaurante
Luiz Campiglia montou pessoalmente o cardápio de almoço da casa, com base italiana e massas fabricadas no próprio local. Como destaques, o fettuccine Alfredo (R$ 23,40), cujo molho era considerado pelos visitantes do Paribar um dos melhores de São Paulo em sua época, e o nhoque de mandioquinha (servido como molho pomodoro, tiras de filé mignon, manjericão e champignon, R$ 23,10), servido no antigo restaurante de Campiglia e mantido no cardápio da nova casa a pedido dos clientes. Outras boas escolhas do menu são a salada Misto de Mare (alface americana, rúcula, endívia, radicchio, camarão, lula, polvo e linguado grelhados ao molho de aceto balsâmico, R$ 31,10), e o brasato com purê de batatas (corte de carne assado com molho de vinho tinto e leve toque de canela, R$ 29,90).
Durante a semana, o restaurante oferece duas boas opções para quem deseja almoçar, mas está com o tempo curto: o prato do dia e os Combinados, pratos rápidos como o frango grelhado com salada caprese (R$ 20,60) e o paillard à milanesa (acompanhado de rúcula e brunoise de tomate, R$ 26,10). Já aos sábados, a estrela da casa é a feijoada (R$ 21,80 a porção pequena e R$ 35,40 a porção grande), servida o dia todo.
Ambiente
O projeto da arquiteta Paula Nicolini, criado a partir das pesquisas de Luiz Campiglia sobre o bar, agregou vários elementos das diversas fases do Paribar em 40 anos de existência. O balcão iluminado, com suas banquetas de madeira com braços, e todo o projeto de iluminação, por exemplo, vieram dos anos 1940, quando o bar abriu suas portas pela primeira vez. A fachada original, de mármore italiano, foi totalmente recuperada. Sofás confortáveis em tons de verde completam a decoração sóbria e aconchegante, com piso e móveis de madeira clara e algumas fotos da casa.
Um toldo verde e bege na frente do bar abre espaço para outra marca tradicional: as mesas e cadeiras de vime na calçada, para que os convivas possam aproveitar seus drinques vendo o tempo e as pessoas passarem nas ruas movimentadas do centro da cidade.
O Paribar tem música ao vivo todas as quintas, sextas e sábados. Às quintas-feiras, bandas de R&B e blues animam a happy hour, enquanto as sextas-feiras são reservadas para grupos de todos os estilos. Aos sábados, a feijoada é animada com o som do Projeto Vinagrete (www.projetovinagrete.com.br), um grupo de dez músicos que une o melhor da MPB com samba e jazz para agitar os ânimos do Centro no melhor dia da semana.
Paribar
Praça Dom José Gaspar, 42, República.
Tel. (11) 3237-0771
http://www.paribar.com.br/