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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Santas Casas amenizam falta de dinheiro com boa gestão

Aumento de recursos deve vir acompanhado de administração eficiente, diz o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo. 

Recente pesquisa realizada pelo Ibope a pedido do Movimento Nossa São Paulo, apontou que mais de 70% dos moradores da capital paulista estão insatisfeitos com os serviços de saúde da cidade. Outros estudos demonstram também que a saúde é das poucas áreas onde a aprovação ao Governo Federal é mais baixa que 50%. Esses números mostram que a situação é crítica.
É consenso a necessidade de mais recursos para revitalizar a área, mas o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo – Fehosp -, José Reinaldo Nogueira de Oliveira Junior, afirma que isso não é suficiente. “Precisamos investir também nas pessoas que vão gerir essas receitas”. Segundo ele, tão importante quanto ter mais dinheiro é garantir que ele seja bem aplicado. Como exemplo, o presidente da Fehosp cita o cartão do SUS, “um bom projeto, com recursos disponíveis, mas que não resistiu à má administração”.
Castigados pelo déficit financeiro, provocado principalmente pela tabela do SUS que remunera em R$ 40,00 cada R$ 100,00 efetivamente gastos com pacientes da rede pública, as Santas Casas e os Hospitais Filantrópicos tentam amenizar o problema com melhoria de gestão. Para isso, a Fehosp tem se concentrado nos últimos anos em oferecer programas e cursos para seus associados capacitarem os recursos humanos.
A Fehosp mantém diversas atividades educacionais, desde atualização em especialidades da área de saúde até capacitação em variados aspectos da administração de um hospital. Oferece também uma pós-graduação, reconhecida pelo MEC, em administração hospitalar.
“Já formamos centenas de administradores que melhoraram a gestão dos hospitais. Tudo de graça para os profissionais e associados”, diz José Reinaldo, lembrando que a atual situação financeira dos hospitais inviabiliza o investimento em formação dos seus recursos humanos. “Muitas vezes falta dinheiro para o básico no atendimento aos pacientes. Esperar que os hospitais invistam em capacitação nesse momento é irreal”.
Desde 2008, o alcance dos programas educacionais da Fehosp foi multiplicado com a implantação do EDUCASUS. Um sistema de videoconferência integrou dezenas de hospitais do estado permitindo interação entre professores e alunos de diversas cidades. No último ano, cerca de 4 mil profissionais receberam treinamento online em tempo real por esse sistema. E as aulas podem ser acessadas posteriormente pela internet por qualquer pessoa. “É comum recebermos acessos de outros países”, conta José Reinaldo.
“Como conseqüência desse esforço já é possível observar melhorias no atendimento, humanização nas relações e modernização nos processos nos hospitais que participam das atividades”, comemora o presidente da Fehosp.
Todos os projetos são realizados pela Fehosp em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, universidades e iniciativa privada. “Muitos setores da sociedade estão interessados em colaborar com a área de saúde. Para isso se concretizar, basta os gestores se organizarem e apresentarem projetos viáveis” finaliza o presidente da Fehosp.