Entidade afirma que o estímulo publicitário ao autodiagnóstico e à manipulação inadequada dessas lesões da pele pode resultar em complicações no tratamento de doenças como infecções virais e até câncer
A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional do Estado de São Paulo (SBD-SP) alerta médicos e pacientes sobre os perigos da automedicação em dermatologia e os riscos para a saúde da população. O diretor de comunicação da entidade Dr. Francisco Paschoal vê com preocupação a veiculação de anúncios publicitários de produtos que prometem tratar lesões da pele popularmente conhecidas “verrugas”. Segundo ele, “a manipulação inadequada dessas lesões, que podem ser cancerosas, pré-cancerosas ou virais, pode prejudicar o tratamento correto e interferir no prognóstico, geralmente bom quando realizado corretamente. Não cabe ao paciente a responsabilidade de se auto-diagnosticar e saber se está tratando a doença certa”.
O Dr. Luiz Henrique Paschoal, Professor Titular da Disciplina de Dermatologia, do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina do ABC, relatou um caso automedicação desastrosa: “Recentemente atendi um paciente que se automedicou com um produto que prometia tratar verrugas, mas na realidade, ele apresentava uma queratose actínica, lesão pré-cancerosa que acabou até infeccionando, uma complicação a mais devido ao tratamento inadequado”.
Paschoal explica que as verrugas virais são lesões causadas pelo papilomavírus humano (HPV). “Elas podem se disseminar pela pele através do contato das lesões com áreas não atingidas, e são transmitidas pelo contato direto com pessoas contaminadas. Podem se manifestar de várias formas, de acordo com a sua localização: verruga vulgar, plana juvenil, plantar ou filiforme.
O tratamento das verrugas pode exigir a cauterização com medicamentos cáusticos, eletrocoagulação, congelamento por frio, cirurgia, eliminação com raio laser. “Atualmente, para alguns casos, alcançamos a cura com um tipo de creme, que estimula o organismo do paciente a eliminar a verruga, através das defesas orgânicas. Este método é bastante simples e de fácil execução. O produto é aplicado pelo próprio paciente em casa, porém, para esse tipo de tratamento é necessária a orientação médica especializada”, afirma.
Sobre a SBD-SP
A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional do Estado de São Paulo (SBD-SP) é uma entidade médica sem fins lucrativos, organizada com a finalidade de fomentar a pesquisa, o ensino e o aprimoramento científico da dermatologia como especialidade médica. Fundada em 1970, a SBD-SP congrega atualmente mais de 2.000 associados. A entidade organiza uma série de eventos durante todo o ano, como os Cursos de Educação Médica Continuada em Dermatologia (CEMC-D), as Jornadas, a RADESP (Reunião Anual dos Dermatologistas do Estado de São Paulo, realizada no final de cada ano), e cursos sobre essa especialidade voltados exclusivamente para jornalistas. Além dos eventos regionais, a SBD-SP dá apoio aos eventos e iniciativas da SBD Nacional, como a Campanha contra o Câncer de Pele.