Um dos muitos temas trazidos a discussão pela novela Viver a Vida, exibida pela Rede Globo, é a necessidade de cuidados com pacientes vítimas de acidente, cuja vida sofre transformações. Além de toda adaptação psicológica pela qual paciente e familiares têm que passar, a questão dos cuidados diários da pessoa é um fato que deve ser levado muito a sério.
Geralmente o paciente com problemas físicos-motores necessita de cuidados de uma equipe multidisciplinar para oferecer diversos tratamentos, porém, o profissional que passa o maior tempo com este paciente é um profissional de enfermagem (enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem), cuidando de suas necessidades.
A escolha de profissionais habilitados para prover cuidados ao paciente pode influenciar no quadro de saúde geral, até mesmo de sua auto-estima, promovendo melhoras rápidas, além de aumentar potencialmente a qualidade de vida destas pessoas.
O papel do enfermeiro neste tipo de cuidado domiciliar é muito mais amplo do que parece a primeira vista. O enfermeiro tem importância fundamental em visitas domiciliares anteriores a chegada do paciente para orientar mudanças estruturais, como por exemplo, a ampliação de portas para a passagem de cadeiras de rodas ou a instalação de equipamentos que facilitem a adaptação e o dia a dia da pessoa atendida.
Por ser quem mais está em contato com o paciente, a equipe de enfermagem é fundamental para acompanhar avanços e detectar possíveis problemas ao longo do tratamento, percebendo a pessoa como um todo e não apenas como um caso. É também papel deste profissional auxiliar o paciente a se tornar o mais independente possível dentro de suas condições, promover e incentivar o autocuidado por meio de orientações e treinamento de situações, ou seja, preparar o deficiente físico para uma vida social e familiar com qualidade.
“No caso de cuidados com pacientes com problemas físicos e motores, o enfermeiro é responsável pela prescrição de cuidados, desde as situações mais básicas como higiene e alimentação, até atividades motoras que evitam o atrofiamento de músculos, deformidades dos segmentos paralisados e úlceras de decúbito, aquelas feridas que se formam por conta de longos períodos deitado, além de incentivar e treinar este paciente para o auto cuidado para torná-lo o mais independente possível”, explica Ariadne da Silva Fonseca, enfermeira doutora em enfermagem para UNIFESP.
A escolha do profissional de enfermagem, que pode ser um enfermeiro, auxiliares ou técnicos de enfermagem, sempre supervisionados por um enfermeiro, é também um ponto que gera preocupação para a família, que muitas vezes opta por um cuidador, sem formação específica em enfermagem, para auxiliar o paciente.
Para saber se um profissional está inscrito no órgão a consulta pode ser feita pelo site do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, COREN – SP, www.coren-sp.org.br, com o nome e CPF do candidato. Uma recomendação do Conselho é que se procure empresas de Home Care, já que são regulamentadas e possuem uma estrutura profissional de trabalho, com enfermeiro responsável para supervisionar a atividade dos demais profissionais de enfermagem, lembrando que auxiliares e técnicos de enfermagem, com atribuições específicas, apenas podem atuar sob a supervisão do enfermeiro.