“Olá, galera do Manos e Minas! Eu preciso contar uma coisa para vocês esta noite. Entrei aqui no programa para trabalhar e construí uma família. Agora eu tenho uma outra tarefa para cumprir. Quero dar as boas vindas para um dos mais importantes representantes das “rimas em São Paulo”. Venha para cá, Max B.O.”. E foi neste clima de camaradagem e muita emoção que Thaíde chamou o novo apresentador da atração.
O Manos e Minas vai ao ar neste sábado (3/4), às 19h, na TV Cultura, e mostra essa passagem de microfones entre os colegas Thaíde e Max B.O. em um programa que se transformou numa grande festa.
O rapper, natural da zona norte de São Paulo, já está há quinze anos na estrada. Antes de aceitar o convite da TV Cultura, Max era o repórter do Brothers, apresentado pelos irmãos Suplicy, na Rede TV! “É uma honra estar aqui na Cultura. Fiquei muito feliz com o convite e decidi encarar esse jogo. Será um grande desafio”, confessa ele, que encarou uma plateia lotada no Teatro Franco Zampari, onde é realizada a gravação do programa.
Mestre do improviso
Na estreia à frente do Manos, Max B.O. surpreendeu com a sua desenvoltura. “Foi surpreendente, ele estava maravilhoso no palco”, diz a editora chefe do programa, Maria Amélia Rocha.
O novo apresentador não teve problemas com a câmera e muito menos com público, que estava para lá de animado. “Eu fiz teatro, então tenho uma ideia de palco, de não dar as costas para a câmera, por exemplo. E a plateia? A plateia eu tento encarar como se fosse num show. Tenho que entreter a molecada”.
Max já fez parcerias com músicos de renome, como Seu Jorge, Trio Mocotó, Talma de Freitas e, no segundo semestre deste ano, lança seu primeiro álbum – Ensaio. Ele justifica o nome: “É, sim, por causa do programa. Eu sempre quis participar do Ensaio (programa da TV Cultura, comandado por Fernando Faro, há mais de 20 anos). Acho aquela história de respostas sem ouvir as perguntas, a iluminação, os closes, é tudo muito legal”.
B.O. é conhecido na cena do hip hop como “mestre da rima de improviso”, termo conhecido no meio como freestyle. “Eu descobri esse dom em um festival de música da escola. Na hora da apresentação eu esqueci uma frase da música e improvisei. Mas nem fiz ligação que isso seria um improviso, só queria que as pessoas não percebessem o meu erro”, lembra.
Hoje, Max sabe que tem esse dom e o usa muito bem. Em 1998 fundou um grupo de MCs improvisadores junto com os amigos Kamau, Pauli Napoli, Marechal, Tio Fresh, Akin e, mais tarde, Thaíde. Também formou a Academia Brasileira de Rimas (uma alusão a Academia Brasileira de Letras) e disparou para o sucesso na cena hip hop.
À frente do Manos e Minas, o rapper entra no programa já trazendo novidades. “Teremos o Emicida como nosso repórter no quadro A rua é nóis”. O quadro terá intervenções musicais, convidados e muita cultura de rua.
No suingue da black music, a banda de Ellen Oléria, vinda diretamente de Brasília, esquenta a festa. Ainda nesta edição do programa, teremos as novas empreitadas da repórter Cris conversando com a plateia, uma matéria sobre a vida dos jovens no Jardim Pantanal e outra sobre o documentário Criolo Doido. Breve o Manos e Minas ganha novo cenário e um site totalmente interativo.