José Miguel Wisnik apresenta e discute o tema “O Futebol e o Brasil” no programa de debates Papo XXI
O escritor, ensaísta e professor-doutor de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo, José Miguel Wisnik, apresentará e discutirá o tema “O Futebol e o Brasil”, dentro do programa de debates Papo XXI, a realizar-se no cineteatro do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – 2º andar – Centro – fone: (85) 3464.3108), na próxima quarta-feira, 12, às 19 horas.
Autor do livro “Veneno Remédio: o Futebol e o Brasil” (Companhia das Letras, 2008, 344 páginas – preço: R$ 41,00), Wisnik debaterá o tema com o jornalista Ciro Câmara, repórter de Esportes do jornal O Povo, e com o público presente ao Centro Cultural, que poderá formular perguntas por escrito.
Corta-luz, drible de corpo, folha-seca
Os estudos de grande abrangência sobre o futebol, ao abordar as questões políticas, sociais, econômicas e comportamentais em torno do esporte, costumam deixar de lado o essencial: o jogo em si, aquilo que faz dele uma atividade capaz de apaixonar bilhões de pessoas dos mais remotos cantos do mundo.
O futebol, tal como foi incorporado e praticamente reinventado no Brasil, tem muito a dizer, com sua linguagem não-verbal, sobre algumas de nossas forças e fraquezas mais profundas, ajudando a ver sob outra luz questões centrais da nossa formação e identidade.
Temas recorrentes na nossa melhor ensaística, como a “democracia racial”, o “homem cordial” e a deglutição antropofágica do influxo cultural estrangeiro, encontram aqui um viés inesperado e original como um corta-luz, um drible de corpo, um lançamento com efeito ou uma folha-seca — jogadas que os craques brasileiros inventaram ou desenvolveram, encontrando novos caminhos para chegar ao gol e à vitória.
Lançando mão de um sofisticado instrumental crítico que bebe na filosofia, na sociologia, na psicanálise e na crítica estética, José Miguel Wisnik desce às minúcias do jogo da bola e de sua evolução ao longo das décadas.
Nas páginas deste ensaio, craques como Domingos da Guia, Pelé, Garrincha e Romário põem à prova idéias sobre o país de escritores como Machado de Assis, Mário e Oswald de Andrade, sociólogos como Gilberto Freyre, historiadores como Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior.
O futebol, em Veneno Remédio, não é mero “reflexo” da sociedade, mas tampouco se desenvolve à margem dela. É, como mostra Wisnik, uma instância em que as linhas de força e de fuga do embate social e da construção do imaginário se apresentam de modo ao mesmo tempo claro e cifrado, como costuma acontecer com as expressões artísticas.
Trajetória intelectual e artística
O escritor, ensaísta e professor-doutor de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo, José Miguel Wisnik, apresentará e discutirá o tema “O Futebol e o Brasil”, dentro do programa de debates Papo XXI, a realizar-se no cineteatro do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – 2º andar – Centro – fone: (85) 3464.3108), na próxima quarta-feira, 12, às 19 horas.
Autor do livro “Veneno Remédio: o Futebol e o Brasil” (Companhia das Letras, 2008, 344 páginas – preço: R$ 41,00), Wisnik debaterá o tema com o jornalista Ciro Câmara, repórter de Esportes do jornal O Povo, e com o público presente ao Centro Cultural, que poderá formular perguntas por escrito.
Corta-luz, drible de corpo, folha-seca
Os estudos de grande abrangência sobre o futebol, ao abordar as questões políticas, sociais, econômicas e comportamentais em torno do esporte, costumam deixar de lado o essencial: o jogo em si, aquilo que faz dele uma atividade capaz de apaixonar bilhões de pessoas dos mais remotos cantos do mundo.
O futebol, tal como foi incorporado e praticamente reinventado no Brasil, tem muito a dizer, com sua linguagem não-verbal, sobre algumas de nossas forças e fraquezas mais profundas, ajudando a ver sob outra luz questões centrais da nossa formação e identidade.
Temas recorrentes na nossa melhor ensaística, como a “democracia racial”, o “homem cordial” e a deglutição antropofágica do influxo cultural estrangeiro, encontram aqui um viés inesperado e original como um corta-luz, um drible de corpo, um lançamento com efeito ou uma folha-seca — jogadas que os craques brasileiros inventaram ou desenvolveram, encontrando novos caminhos para chegar ao gol e à vitória.
Lançando mão de um sofisticado instrumental crítico que bebe na filosofia, na sociologia, na psicanálise e na crítica estética, José Miguel Wisnik desce às minúcias do jogo da bola e de sua evolução ao longo das décadas.
Nas páginas deste ensaio, craques como Domingos da Guia, Pelé, Garrincha e Romário põem à prova idéias sobre o país de escritores como Machado de Assis, Mário e Oswald de Andrade, sociólogos como Gilberto Freyre, historiadores como Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior.
O futebol, em Veneno Remédio, não é mero “reflexo” da sociedade, mas tampouco se desenvolve à margem dela. É, como mostra Wisnik, uma instância em que as linhas de força e de fuga do embate social e da construção do imaginário se apresentam de modo ao mesmo tempo claro e cifrado, como costuma acontecer com as expressões artísticas.
Trajetória intelectual e artística
José Miguel Soares Wisnik (foto), 60 anos, nasceu em 27 de outubro de 1948, em São Vicente – estância balneária e município litorâneo do estado de São Paulo, localizado na região metropolitana da Baixada Santista, na microrregião de Santos. Wisnik é um músico, compositor, cantor, escritor, ensaísta, professor, crítico e pianista brasileiro.
É também professor de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo (USP). Graduado em Letras (Português) pela USP (1970), mestre (1974) e doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada (1980), pela mesma Universidade.
Wisnik estudou piano clássico durante muitos anos, mas optou pela faculdade de Letras. Apresentou-se pela primeira vez como solista da Orquestra Municipal de São Paulo aos 17 anos, interpretando o Concerto nº 2, de Camille Saint-Saëns. Em 1968 participou do Festival Universitário da extinta TV Tupi, com a canção Outra Viagem, cantada por Alaíde Costa e gravada posteriormente por Ná Ozzetti.
Wisnik tem três discos gravados. Em 2000, gravou o disco independente José Miguel Wisnik. Em 2002, lançou o CD São Paulo Rio, que teve participação da cantora Elza Soares, com quem Wisnik realizou alguns shows em 2002, além de participar da direção artística de seu disco Do Cóccix até o Pescoço.
Em 2003, lançou o CD Pérolas aos Poucos. Apresenta-se regularmente em shows no Brasil e no exterior. Desde 2005 tem realizado várias séries de "aulas-shows" com o violonista e compositor Arthur Nestrovski.
Wisnik escreve regularmente ensaios sobre música e literatura. Publicou O Coro dos Contrários - a Música em Torno da Semana de 22 (Duas Cidades, 1977), O Nacional e o Popular na Cultura Brasileira (Brasiliense, 1982) e O Som e o Sentido (Companhia das Letras, 1989), Sem Receita - Ensaios e Canções (Publifolha, 2004), Veneno Remédio: O Futebol e o Brasil (Companhia das Letras, 2008) e "Machado Maxixe: O Caso Pestana" (Publifolha, 2008), além de participar dos livros coletivos Os Sentidos da Paixão, O Olhar e Ética (Companhia das Letras, 1987, 1988 e 1992) e do Livro de Partituras (Gryphus, 2004).
Além de seus discos, livros, ensaios e aulas, Wisnik faz também música para cinema (Terra Estrangeira, de Walter Salles e Daniela Thomas), teatro (As Boas, Hamlet e Mistérios Gozozos para o Teatro Oficina, e Pentesiléias, de Daniela Thomas, dirigida por Bete Coelho) e dança. Fez três trilhas sonoras para o grupo Corpo, uma delas, Parabelo, em parceria com Tom Zé, outra com Caetano Veloso.
*
*
*
Publicidade
Preços e estoque por tempo limitado: