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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Cuidado com a curiosidade mórbida

Por Mariliz Vargas
O que é isto que tanto atrai o ser humano em direção ao grotesco? Por que gostamos tanto de comentar detalhes sórdidos de crimes violentos? Que estranha curiosidade é esta que se esconde em nossas mentes e que é explorada diariamente pelos meios de comunicação? Esta exploração é inofensiva para este ser ou lhe causa algum prejuízo?

Diante do caso Bruno e todos os seus desdobramentos nas últimas semanas, nos deparamos de frente com uma característica singular do ser humano: a curiosidade mórbida. Nós temos naturalmente tal característica, pois ela está ligada ao desejo pelo desconhecido, está ligada também, principalmente, ao mistério da morte. Quando estamos imersos no cotidiano e seus compromissos, não nos damos conta da fragilidade da existência.

Por isso fatos catastróficos chocam tanto, nos chamam atenção, ficamos como crianças diante de uma descoberta. É um traço da curiosidade, mas existem outras facetas desta característica, nem tão inocentes assim. Trata-se do prazer mórbido, aquele que leva pessoas a assistirem filmes de terror e de matança. É o prazer que dá a vivencia da própria morte, e de todos os detalhes envolvidos nesta realidade natural. Deparar-se com situações de conteúdo macabro causa uma reação físico-química no organismo e assim traz à tona a atração por este tipo de assunto, assim como sente atração por imagens de conteúdo sexual.

Saiba que ao se expor demasiadamente a material violento, você está dando uma munição muito perigosa para sua própria mente. E ela vai descarregar esta munição em cima de você e das pessoas que estão próximas. Descarrega contra você quando este excesso de informação sobrecarrega a sua mente. Você alimenta sua mente com um monte de lixo, diariamente, e vai ficando intoxicado.

Passa a falar com todos os conhecidos e desconhecidos sobre os fatos macabros e terríveis que presencia, e imagina que este tipo de comportamento não vai ter repercussão alguma sobre o seu sistema físico e emocional. Pois saiba que alimentar a sua curiosidade mórbida, tem sim um efeito devastador sobre a sua saúde. Então acorde, e pare de brincar com a sua natureza humana, pois ela merece da sua parte toda consideração e cuidado que um ser vivo tem direito neste mundo.

Sobre a autora:
Mariliz Vargas é psicóloga, formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Trabalha com Psicoterapia há mais de 20 anos. Ministra cursos e palestras sobre temas relacionados ao aprimoramento humano na busca por uma vida mais rica e feliz. Autora de inúmeros artigos publicados no jornal paranaense Gazeta do Povo, suplemento Viver Bem, e atualmente veiculados através da internet. Recentemente, Mariliz lançou os livros 'A Sabedoria do Não' e 'Você É Mais Forte Que a Dor', pela editora Rosea Nigrea.

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