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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Brasil sedia estudo inédito sobre diabetes

Conduzido pelo cirurgião Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica capítulo São Paulo, levantamento que avaliará 60 pacientes é o primeiro no mundo.

O Dr. Ricardo Cohen possui uma das maiores experiências do país em cirurgia do diabetes, sendo que sua técnica mereceu destaque na mais prestigiada publicação científica sobre a doença, a Diabetes Care. Dr. Cohen foi escolhido pela Washington University, uma das instituições mais renomadas do mundo no estudo da função da célula pancreática, para coordenar no Brasil um programa inédito no mundo sobre a eficácia do procedimento no controle do diabetes.

A pesquisa, que teve início em agosto com portadores da doença no Rio de Janeiro, será composto pela avaliação de 60 pacientes, onde irá analisar a evolução de 30 pacientes que passarão pelo procedimento cirúrgico e 30 que vão controlar a doença por meio de medicamentos. “Este projeto deve ser concluído em dois anos e será um importante parâmetro científico para direcionar os tratamentos da doença”, afirma Dr Cohen.

O primeiro estudo do dr. Ricardo Cohen, que foi tema de reportagens veiculadas na imprensa internacional e congressos da especialidade, aponta a eficácia do procedimento. De um universo de 200 pacientes que passaram pela cirurgia do diabetes, 65% controlaram a doença e não precisam mais utilizar medicamentos. A técnica vem sendo aplicada também fora do Brasil, em países como Estados Unidos, Japão, Espanha, Itália, entre outros.

“Trata-se de um índice expressivo de sucesso da cirurgia, visto que o diabetes é uma doença grave que atinge mais de 12 milhões de brasileiros. Minha técnica é fruto de cinco anos de estudos, pouco agressiva em relação aos procedimentos convencionais pois não é restritiva (retira-se cerca 20% do estômago contra 90% da cirurgia bariátrica tradicional) e tem obtido um retorno bastante promissor”, afirma Dr Cohen.

Cirurgia em não obesos - Embora a cirurgia do diabetes venha sendo associada pela mídia à cirurgia bariátrica (redução de estômago), Dr Cohen enfatiza que do grupo dos 200 pacientes analisados apenas 30% eram obesos. Os outros 70% tinham sobrepeso, com IMC (Índice de Massa Corpórea) médio de 28,5*. “Os pacientes procuram a cirurgia não para perder peso, mas sim para tentar controlar uma doença que provoca sérios danos à saúde como problemas cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal crônica, entre outros. Minha técnica prioriza o controle do diabetes, a perda de peso é menor do que a cirurgia bariátrica convencional, fica em torno de 5 a 15%”, explica o cirurgião.
* Classificação de IMC (peso dividido pela altura ao quadrado): 20 a 25 – normal; 25 a 30 – sobrepeso; 30 a 35 obeso; acima de 35 obeso mórbido.

Como é feita a cirurgia – O procedimento retira uma parte pequena do estômago (cerca de 20%), responsável pela produção do hormônio grelina. Além disso, desvia-se uma pequena porção do intestino, impedindo que o alimento passe pelo duodeno e fazendo com que ele entre em contato com o íleo (parte final do intestino delgado) logo no início da digestão. Isso faz com que o paciente melhore a produção de insulina pelo pâncreas e, desta forma, controle suas co-morbidades.
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