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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O PERIGO DE TRANSFORMAR CRIANÇAS EM FUTUROS ATLETAS


A realização dos jogos olímpicos no Brasil deve incentivar a prática de esportes por crianças. Porém, especialistas ressaltam que sobrecarregar os filhos de exercícios pode provocar lesões e fazer com que eles criem aversão às atividades físicas.
O sonho de ver o filho concorrer a uma medalha nos Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro, pode fazer com que muitos pais incentivem as crianças a praticar esportes. Porém, especialistas afirmam que é preciso tomar cuidado para não sobrecarregar os pequenos de exercícios, o que pode causar lesões e até mesmo traumas psicológicos.

Segundo o ortopedista Miguel Akkari, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa e ortopedista do Instituto Saúde Plena, as crianças não devem ser sobrecarregadas de exercícios enquanto as cartilagens de crescimento estão abertas. Nas meninas, as principais cartilagens (joelhos, quadril e punhos) começam a se fechar após a primeira menstruação. Nos garotos, o processo ocorre por volta dos 15 anos.

"É importante que os pais estimulem a prática de exercícios, mas isso não deve ser uma exigência. Caso contrário, as atividades podem acabar virando um peso para a criança". Akkari afirma que uma ótima opção são as escolinhas nas quais a criança pratica vários esportes, aprende os fundamentos de cada um e depois escolhe aquele com o qual mais se identifica.

Para auxiliar os pais e também as crianças na escolha de uma atividade física que não ofereça risco à saúde, o pediatra e neonatologista do Hospital Albert Einstein e do Instituto Saúde Plena, Jorge Huberman, explica como deve ser o exercício para cada faixa etária. Confira no quadro abaixo:

FAIXA ETÁRIA CARACTERÍSTICAS ATIVIDADE FÍSICA RECOMENDADA:

Zero a 2 anos > O bebê é extremamente flexível, mas ainda não desenvolveu a coordenação motora e não tem nenhuma consciência corporal. Seu foco de atenção são os pais ou cuidadores. Por isso, qualquer atividade física demanda a companhia e a participação deles. O período é bom para exercícios aquáticos e as sessões não devem durar mais que 30 minutos. Uma ou duas aulas por semana são suficientes. O resto do tempo deve ser preenchido com brincadeiras que envolvam movimentos livres.

3 a 6 anos> Começam a se desenvolver mais as coordenações motora, visual e espacial e as atividades físicas devem favorecer esse desenvolvimento. A elasticidade da criança é evidente, mas não deve ser forçada. É cedo para as atividades aeróbicas e os exercícios ainda devem ter cara de brincadeira. A fase é boa para que a criança teste várias atividades diferentes e o ideal é evitar estimulá-la em uma única prática. Recomenda-se de duas a quatro sessões de 40 minutos por semana.

7 a 10 anos> A criança já segue as orientações do professor e absorve regras adaptadas. A velocidade entra como nova coordenada no exercício. É hora de introduzir as modalidades pré-desportivas, como escolinhas de futebol ou de basquete, por exemplo, mas ainda não há maturidade emocional para lidar com a pressão competitiva. Os treinos podem ser diários, porém deve-se respeitar o limite de resistência individualmente, evitando atividades com impacto excessivo. Devemos estar atentos para possíveis lesões.

11 a 13 anos> Já há preferência por uma modalidade desportiva e o compromisso com a equipe. O desenvolvimento da coordenação motora e da consciência corporal está se finalizando. As competições são estimuladas acompanhadas de orientações sobre as duas faces, ganhar ou perder. A musculação pode ser introduzida após os 13 anos como forma de preparar a musculatura para determinado esporte. Devemos evitar ultrapassar três horas diárias de exercícios.

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