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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Doenças do Home Office

Depressão, transtornos de ansiedade e bournout tem aumentando no home office e acomete mais as mulheres

Dra. Edwiges Parra
Depois de mais de 6 meses do início da quarenta vivemos o reflexo do isolamento social, provocado pela crise epidemiologia, econômica e social profunda sem precedentes – e dificilmente alguém sairá ileso dos impactos. Resultado: aumento de diagnósticos de depressão, estresse, esgotamento mental, pânico, transtornos de ansiedade. Além das dores na coluna, tendinites, agravamento de problemas circulatórios (varizes), obesidade e o próprio sedentarismo pode vir agravar a saúde como um todo.

A Dra. Edwiges Parra, psicóloga, instrutora de Mindfulness MBCT-D, especialista em Recursos Humanos, nos últimos meses vivenciou o aumento por ajuda no seu consultório, com queixas de medo, ansiedade, depressão e muitas dores físicas, excesso de telas causadas pela pressão do trabalho e isso leva a um espiral de exaustão mental e o isolamento e/ou distanciamento acabam sendo agentes de gatilhos emocionais.

De acordo com os trabalhos desenvolvidos pela Dra. Parra em empresas, o público feminino vem apresentado aumentados níveis de estresse, na tentativa de equilibrar a vida pessoal (afazeres domésticos, cuidados com os filhos e relação conjugal) e vida profissional. Os líderes relatam sobrecarga de trabalho, maior esforço e mais tempo dedicado a realizar as tarefas da empresa. E a geração Z (nascidos após 1997) demonstra mais tédio, desânimo e insegurança com o futuro, o que é representado pelo impacto financeiro e ameaça ao desemprego.

“O medo pode se tornar um problema quando é excessivo, frequente ou quando surge em situações nas quais a maior parte das pessoas não o manifestaria. Nessas situações, ele pode se tornar exagerado ou irracional e, até patológico (desequilibrado), transformando-se em um transtorno de ansiedade ou uma ansiedade aguda, explica Parra.

Segundo a psicóloga os agentes estressores como desemprego, mudanças bruscas de condições financeiras, medo, excesso de telas, e jornadas extensivas de trabalho estão mexendo com o bem-estar mental acarretando:

Síndrome de Burnout - Causado pelo excesso de trabalho. Trata-se do estado físico, emocional e mental de exaustão extrema, que resulta do acúmulo excessivo em situações de trabalho emocionalmente exigentes e principalmente estressantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.

Transtorno de ansiedade - pode surgir como uma angústia e desencadear para crise de pânico ou depressão e interferem na vida da pessoa a ponto de paralisar a realização de tarefas e interações e relacionamentos. Provocam sintomas como sudorese, medo, aumento da frequência cardíaca e tremores.

O que as pessoas podem fazer para manter a boa saúde mental no home office:

Estratégias funcionais e adaptativas:
Exercícios de Relaxamento
Distração temporária durantes as crises
Exercício Físico
Conectar emoções e valores maiores
Substituir uma emoção por outra agradável ou apropriada.
Consciência plena (Mindfulness)
Aceitação
Atividades prazerosas
Momentos íntimos compartilhados
Alimentar-se de bons nutrientes

Adotar uma psicologia do estilo de vida que considere a respiração, consciência, movimento e a transcendência (senso de valor e propósito de vida) como norteadores integrados para uma vida com melhor longevidade, produtividade e bem-estar.

O que as empresas podem fazer para ajudar seus colaboradores:

É recomendável que empresas adotem medidas preventivas e de apoio para o próximo ciclo que vamos enfrentar, (a quarta onda), que exigirá adaptabilidade para a retomada aos postos de trabalho.

Medidas básicas que podem ser adotadas:

  • Pesquisa Interna de monitoramento do nível de estresse
  • Webinars ministrados por profissionais da saúde debatendo temas de saúde mental para todos os funcionários (esta é uma boa forma de psicoeducação)
  • Webinars voltados especificamente para líderes para discutir temas específicos de gestão e explicitar a importância do autocuidado.
  • Rodas de conversas internas (com a devida segurança)
  • Programas de meditação Mindfulness
  • Incentivo a terapia online (para prevenção e apoio)
  • Protocolos de intervenção nos casos em que houver um prejuízo ao bem-estar mental do colaborador.

Fonte: Dra. Edwiges Parra Psicóloga Organizacional, Terapeuta Cognitiva-Comportamental, Instrutora de Mindfulness MBCT-D e Colunista Você RH

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