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terça-feira, 10 de abril de 2012
Histórias sobre empreendedorismo social
QUEM SE IMPORTA apresenta diversas (felizes) histórias sobre empreendedorismo social
entre os entrevistados, estão Muhammad Yunus (Prêmio Nobel da Paz) e Bill Drayton (fundador da Ashoka)
documentário reúne os mais importantes expoentes do setor social do mundo; filmagens aconteceram em sete países
estreia comercial em 13 de abril
Com produção da Mamo Filmes e Grifa Filmes, Mara Mourão lança seu novo documentário, Quem se Importa, no mês de abril. Depois de ter revelado os bastidores e um pouco do dia-a-dia dos palhaços do Doutores da Alegria, em filme de mesmo nome, a diretora paulista traz à tona agora surpreendentes histórias de empreendedores sociais.
“O Doutores da Alegria recebeu o selo da UNESCO por ser considerada obra que promove uma cultura de paz. O filme foi ainda indicado ao EMMY 2005. Depois desta experiência me apaixonei pelos documentários, especialmente os de cunho social, aqueles que causam transformações em quem assiste”, revela Mara Mourão.
Filmado no Brasil, Peru, Estados Unidos, Canadá, Tanzânia, Suiça e Alemanha, Quem se Importa reúne histórias de homens e mulheres que têm como denominador comum a ação – tendo sempre como ponto de partida um incômodo grande com relação a determinada situação. Essas pessoas arregaçaram as mangas, pensaram em ações que pudessem reverter aquilo, geralmente a baixo custo e alto impacto, e executaram.
Mas, afinal, quem é o empreendedor social hoje? Qual a diferença entre eles e os empreendedores de negócios? Todo mundo pode mudar o mundo ou é preciso ser alguém com um dom especial para promover mudanças estruturais? A equipe de produção do documentário, o segundo da carreira da diretora, viajou por diversos países “justamente para encontrar essas pessoas brilhantes e registrar o forte impacto que suas iniciativas, através de suas idéias inovadoras, causaram”, conta Mara. “Na grande maioria das vezes, são soluções simples para graves questões, como a evasão escolar, o bullying, a pobreza extrema, a impossibilidade de acesso a linhas de crédito, noções básicas de saúde. E isso é o grande trunfo dessas pessoas: o que elas apresentam são soluções e não lamentações”, completa a diretora.
O chamado “setor cidadão” é jovem e os conceitos mudam rapidamente. Ativistas, transformadores, agentes de mudança, líderes sociais, são alguns dos nomes que são usados para definir as pessoas que souberam entender uma necessidade na sociedade e saíram da apatia e do imobilismo.
Algumas das histórias
Na fala de um dos entrevistados, o premiado ambientalista Dener Giovanini, considerado hoje um dos 54 heróis ambientais do planeta, fica claro que basta querer: “Qualquer pessoa pode ser um empreendedor social, não é nenhuma bênção divina, você não toma um comprimido para virar um empreendedor social. Você simplesmente se conscientiza do seu poder de transformação”.
Quem se Importa apresenta também a história de Vera Cordeiro, médica pediatra carioca que, ao notar o desespero das mães quando seus filhos doentes tinham alta (e elas, poucas perspectivas de tratar das crianças em suas casas muito pobres), montou um enorme plano de ação que passou a auxiliar a família inteira por até dois anos depois do diagnóstico. O também brasileiro Eugênio Scanavino chegou à Amazônia há cerca de 30 anos e viu-se como o único médico a atender 800 comunidades rurais. Hoje ele tem um barco-hospital que chega às áreas mais remotas da floresta.
Também estão no filme o nigeriano Isaac Durojaiye que notou que a falta de banheiros, limpos e públicos, era responsável por muitas doenças que acometiam sua comunidade; montou então uma rede de toaletes públicos. Karen Tse, uma norte-americana radicada em Genebra, visitou diversas prisões e campos de refugiados ao redor do mundo e montou uma instituição que tenta garantir aparato jurídico a quem não tem e evitar assim abusos e prisões desnecessárias. Seu objetivo é ambicioso: acabar com a tortura e as prisões injustas ao redor do mundo.
A diversidade de ideias é enorme. De um monge budista belga que treina ratos na Tanzânia para detectar minas terrestres e tuberculose, até uma educadora canadense que está acabando com a violência nas escolas através do ensino da “Empatia”.
E o documentário também traz uma entrevista com Bill Drayton, fundador da Ashoka, a primeira organização do mundo a identificar e apoiar o empreendedorismo social. O norte-americano tem um papel fundamental no segmento e foi inclusive o grande disseminador do termo “empreendedor social” ao redor do mundo. Muhammad Yunus é outro importante líder: a sua experiência, em Bangladesh, o levou ao Prêmio Nobel da Paz, em 2006. Foi ele o inventor da primeira linha de microcrédito no mundo.
Empreendedorismo
Através dos diversos relatos é possível entender os obstáculos que cada um deles atravessou, a alegria que sentem por terem uma missão de vida, suas visões de futuro – e suas soluções para um mundo sustentável mais justo e melhor. Não por acaso quase todos eles são condecorados, premiados e referenciados em encontros no Brasil e também no exterior.
Os públicos atingidos pelos empreendedores sociais são muitos e variados. A metodologia também é particular. Mas é possível notar que uma vontade de mudança radical foi a mola propulsora para as ações, que passaram a ser replicadas. Os entrevistados, em Quem se Importa, contam o que os mobilizou e que a idéia para abrirem suas instituições não nasceu pronta e acabada.
Quem se Importa tem o patrocínio de Petrobras, Bradesco, Kraft Foods, Natura, CSN White Martins, Thyssen Krupp, McKinsey, Camargo Corrêa, Braskem e Ambipar. E conta com o apoio da Mattos Filho Veiga Filho Marrey Jr. e Quiroga Advogados, Talent, PROAC e Governo do Estado de São Paulo.
Empreendedores sociais – por ordem de aparecimento e identificação:
MUHAMMAD YUNUS (Gremeen Bank / Bangladesh – www.muhammadyunus.org)
KAREN TSE (International Bridges for Justice / Suiça – www.ibj.org)
PREMAL SHAH (Kiva / Estados Unidos – www.kiva.org)
VERA CORDEIRO (Saúde Criança / Brasil – www.saudecrianca.org.br)
WELLINGTON NOGUEIRA (Doutores da Alegria / Brasil – www.doutoresdaalegria.org.br
BILL DRAYTON (Ashoka / Estados Unidos – www.ashoka.org)
DENER GIOVANINI (Renctas / Brasil – www.denergiovanini.com.br )
OSCAR RIVAS (Sobrevivência / Paraguai – www.sobrevivencia.org.py)
BART WEETJENS (Apopo / Tanzânia) www.apopo.org/home.php
JEHANE NOUJAIM (Pangea Day / Estados Unidos) http://www.facebook.com/jehanen?ref=ts
RODRIGO BAGGIO (CDI / Brasil – www.cdi.org.br
EUGÊNIO SCANNAVINO (Saúde e Alegria / Brasil – www.saudeealegri.org.br)
ISAAC DUROJAIYE (DMT Mobile Toillets / Nigéria) http://www.dmttoilet.com/aboutus.htm
JOAQUÍN LEGUÍA (Ania / Peru – www.mundodenia.org)
AL ETMANSKI (Plan / Canadá – www.plan.ca)
JOHN MIGHTON (Jump / Canadá – www.jumpmath1.org)
JOAQUIM MELO (Banco Palmas / Brasil – www.bancopalmas.org.br)
MARY GORDON (Roots of Empathy / Canadá – www.rootsofempathy.org)
Ficha técnica
Entrevistados: Muhammad Yunus, Bill Drayton, Al Etmanski, Bart Weetjens, Dener Giovanini, Eugenio Scannavino Netto, Isaac Durojayie, Jehane Noujaim, Joaquim Melo, Joaquín Leguía, John Mighton, Karen Tse, Mary Gordon, Oscar Rivas, Premal Shah, Rodrigo Baggio, Vera Cordeiro e Wellington Nogueira.
Direção: MARA MOURÃO
Direção de Fotografia: CRISTIANO WIGGERS e DADO CARLIN
Montagem: ANDRÉ FINOTTI e RENATA TERRA
Música Original: ALEXANDRE GUERRA
Som Direto: CANTÍDIO COSTA, MIQUÉIAS, PEDRO MOREIRA e SAMUCA
Edição de Som: INPUT ARTE SONORA
Direção de Arte de Animação: RENATO BATTAGLIA e SYLVAIN BARRÉ
Animações, Artes e Gráficos: CAMALEÃO FILMES e CITRONVACHE
Produzido por: TATIANA BATTAGLIA e MARA MOURÃO
Produção Executiva: MAURICIO DIAS E FERNANDO DIAS
Produção: TÚLIO SCHARGEL
Produtor Associado: GULLANE FILMES
Sobre Mara Mourão
Carioca, radicada em São Paulo há quase 20 anos, formou-se em comunicação social pela FAAP e, em cinema, pela New York University. Já dirigiu mais de 200 comerciais, antes de se dedicar à produção cinematográfica. Hoje, acumula um repertório que já ganhou inúmeros prêmios e atingiu milhões de espectadores pelo mundo, em canais como Discovery Channel, Fox e Globo. Mara também dirigiu séries de TV de 22 episódios, transmitidos pela FOX e TV Record. Seus longas são:
Doutores da Alegria (2005) – O Documentário, que apresenta os médicos da ONG de mesmo nome, recebeu o selo da UNESCO por promover uma cultura de paz e sua versão para a TV foi indicada ao Emmy, em 2005. Recebeu 10 prêmios.
Avassaladoras (2002) – Lançado no Brasil, México e Portugal pela FOX Filmes Distribuidora. Com Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini no elenco, foi exibido no Festival de Gramado e também no Festival de Cinema Brasileiro em Israel, de onde saiu com o prêmio de melhor filme, pelo voto popular.
Alô?! (1998) - Melhor Direção e Melhor Atriz no Festival de São Vicente. Melhor Direção de Arte no Festival de Cuiabá. Com Betty Lago e Miriam Muniz no elenco.
Sobre Alexandre Guerra
Formou-se pelo departamento de música para cinema da Berklee College of Music. Desde 1994, dedica-se à composição de trilhas sonoras para filmes, somando hoje mais de 60 trabalhos. No cinema atuou ao lado de compositores como Nelson Ayres e André Abujamra na orquestração de longas-metragens como Castelo Rá-Tim-Bum e Garotas do ABC. Como compositor assinou a trilha de diversos longas como Bodas de Papel e primeiro longa-metragem 3D brasileiro, Brasil Animado. Como arranjador estreou com a produção do CD Girassol pelo qual foi laureado com o Prêmio Sharp.