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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Caminho livre para pedalar, Ciclofaixa de Lazer recebe 5.000 ciclistas aos domingos

A bicicleta é sempre uma boa pedida para o lazer. Melhor ainda se tiver uma faixa reservada, longe do trânsito dos veículos motorizados. Não é à toa que anônimos e famosos são vistos pedalando aos domingos na Ciclofaixa de Lazer. Do Parque Ibirapuera, na Zona Sul, ao Parque do Povo, na Zona Oeste, passando pelo Parque das Bicicletas, desde setembro do ano passado uma faixa das vias nesse percurso é isolada do fluxo de veículos e possibilita a prática do ciclismo com muita tranqüilidade e segurança.
A iniciativa da Prefeitura atrai, a cada domingo, cerca de 5.000 mil praticantes da pedalada, no período das 7h às 14h. Todo o trajeto é sinalizado com placas e tem monitoramento por equipes da Federação Paulista de Ciclismo e Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), parceiros das secretarias municipais do Verde e do Meio Ambiente e de Transportes, responsáveis pelo projeto. Para melhorar o fluxo dos ciclistas, os semáforos são ajustados conforme a intensidade do trânsito; alguns são desligados e outros ativados para que tanto carros quanto ciclistas convivam em harmonia.
Uma das freqüentadoras é a empresária Monique Schiffer, uma ciclista eventual. "É a segunda vez que venho pedalar aqui, estou achando muito bom. Venho pedalando do bairro onde moro (Itaim Bibi), encontro a ciclovia na avenida Faria Lima com a Juscelino Kubitschek e daqui faço todo o percurso. Seria bom se tivesse também essa alternativa nos dias de semana", sugere.
O economista Renato Andrade, morador da Vila Clementino e usuário da ciclofaixa desde a inauguração, diz que adora poder pedalar com segurança pelas ruas de São Paulo. "Faço o trajeto desde a minha casa. A diferença é que aqui é muito mais seguro. Eu pedalo toda terça-feira à noite com um grupo. Não é seguro sair em São Paulo à noite sozinho de bike. Com uma turma, os carros respeitam mais".
O espaço é democrático, tanto quanto o lazer e a busca por mais saúde caminham juntos por duas rodas nessa modalidade de diversão pelas ruas da Cidade. Os usuários sugerem até mais tempo de funcionamento da faixa exclusiva e a ampliação do trajeto. Este último pedido está em vias de ser atendido pela administração municipal. A ciclofaixa deverá chegar, ainda este ano, aos parques da Aclimação, na Zona Sul, e Villa Lobos, na Zona Oeste, até a Cidade Universitária. Com isso, o percurso atual de pouco mais de cinco quilômetros deverá atingir 12 quilômetros livres para bicicletas.

Estímulo ao uso de bicicleta
A idéia da Prefeitura é incentivar o uso da bicicleta tanto para o lazer quanto como opção para o deslocamento de casa para o trabalho. Além da Ciclofaixa de Lazer, estão sendo desenvolvidos projetos para a criação de mais 54,5 quilômetros de ciclovias para funcionamento diário na região do Jardim Helena, na Zona Leste; Jardim Brasil, na Zona Norte; e Grajaú/Cocaia, na Zona Sul.
Esse é o desejo de José Eduardo Rente e do grupo de amigos formado por profissionais de diversas áreas. José Eduardo não usa carro. Mora e trabalha na região de Santo Amaro, percorre entre 5 e 10 quilômetros diariamente. Para ele, ir trabalhar de bicicleta é um ritual gostoso, que exige mudanças de hábito: "A gente acaba praticando esporte todos os dias. Não encontro dificuldade para ir trabalhar de bicicleta. A empresa onde trabalho tem vestiário, local para guardar a bicicleta. Virou um ritual gostoso. Todo dia, subo na bicicleta, coloco equipamento, depois, tiro o equipamento. É viável fazer isso nas grandes cidades se houver alguma estrutura: espaço no trânsito, sinalização adequada e local apropriado para as bicicletas nas empresas".
Quem já usa a ciclofaixa de lazer quer mais. É o caso de Rodrigo Mazzo, engenheiro elétrico, morador do Butantã, que faz todo o trajeto de bicicleta, desde sua casa, mas garante que não é fácil compartilhar as ruas com os veículos motorizados: "Tem muito ônibus, caminhão. Quando chega aqui, fica tranqüilo. Aqui é muito bom, tem a faixa exclusiva, fiscais, sinalização da CET. A sugestão é que se amplie até o parque Villa Lobos".
Sergio Antezana, gerente de projetos, morador da Casa Verde, também defende a ampliação do trajeto da ciclofaixa. "Vou até o Parque Villa Lobos, venho para o Ibirapuera e volto. A grande diferença é poder andar tranqüilo, reto, com segurança, sem disputar espaço com carro, caminhão, com nada. Isso quando começa a ciclovia. De fato, deveria ter uma ciclovia do Villa Lobos até aqui. Dia de semana ando na Brás Leme. Essa iniciativa de ter a ciclovia de domingo poderia ser ampliada, ter em mais lugares".
Marcelo Robba, administrador de empresa, morador em Santo Amaro, Zona Sul, é um dos usuários assíduos da ciclofaixa: "Quando venho com minha filha (Mariana, de 7 anos) tenho que vir de carro. Sozinho, venho pedalando. Se tivesse uma ciclovia de lá até aqui viria pedalando. Perto de casa tem o parque Severo Gomes, onde dá para andar de bicicleta, mas a ciclofaixa é muito melhor. Se tiver um trajeto maior é mais legal".