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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Animais ajudam a tratar pacientes com Alzheimer

O envelhecimento da população mundial traz grandes desafios à sociedade moderna. Segundo estudo recente promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000 a proporção de idosos era de 17,8 para cada 100 jovens. Mas esses dados estão mudando radicalmente. Estima-se que, em 2050, serão aproximadamente 102 idosos para cada 100 jovens. Nesse contexto, torna-se fundamental promover iniciativas para melhorar as condições de vida da população acima de 65 anos. Uma delas é tratar a senilidade, um fenômeno altamente fragilizante, provocado também pela Doença de Alzheimer, que aos poucos apaga as mais valiosas lembranças.

Essa moléstia integra o grupo das doenças mais comuns na velhice. Ataca o sistema cognitivo do indivíduo e acarreta a perda gradual da autonomia decorrente de um declínio funcional progressivo. Esse processo que deteriora sobretudo a memória, se inicia por perdas em curto prazo e se agrava, comprometendo as atividades diárias. Perda de concentração, desatenção, perda de iniciativa, retraimento social, abandono de passatempos e mudanças de humor, são alguns sintomas que podem aparecer.

Terapia afetiva
Estudo realizado pela aluna de psicologia e pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Luciana Teixeira Guimarães, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), investigou os benefícios propiciados pela terapia assistida com animais, em idosos institucionalizados com diagnóstico de processo de demência tipo Alzheimer. A revelação é que os idosos, sobretudo quando institucionalizados, sentem uma enorme necessidade de receber demonstrações de afeto, como o toque, atenção e carinho, o que muitas vezes acaba não ocorrendo, pois estão afastados do convívio social. De acordo com Teixeira, a terapia com animais enfatiza bastante o tato e o contato, além de exercitar habilidades cognitivas como a memória afetiva, ou seja, aquela despertada por algum fato que traz lembranças com certa ligação afetiva.
A coleta de dados ocorreu por meio de observação, durante o tratamento em atividade assistida do Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais (INATAA) - "Projeto Cão do Idoso", realizado na Associação Beneficente A Mão Branca de Amparo aos Idosos, em São paulo. O método aponta diversos benefícios aos pacientes, tais como: diminuição da pressão sanguínea e frequência cardíaca, do uso de calmante e antidepressivo; melhora do sistema imunológico; estímulo da interação social; melhora da capacidade motora; diminuição da quantidade de medicamentos utilizados e melhoria da auto-confiança e auto-estima.
Segundo Teixeira, o projeto recebe o acompanhamento de profissionais de diversas áreas. Veterinários, psicólogos e assistentes sociais são alguns especialistas envolvidos. Os cachorros estão sempre muito limpos e com exames que comprovam sua saúde. São escolhidos levando-se em conta as necessidades dos assistidos, uma avaliação de comportamento, para impedir situações desagradáveis, como mordidas, latidos inadequados, brigas com outros cães, inquietude, ou mesmo a falta de interesse na interação.
"Na relação com o cachorro permeiam-se sensações, emoções, palavras, imagens e posturas. O animal passa a ser um caminho pelo qual o idoso pode expressar de forma corporal e simbólica com suas lembranças, seus sentimentos, pensamentos e conceitos. Recordar vivências é o caminho da re-significação da história pessoal presente. Caso estas senhoras tivessem suas comunicações invalidadas, consideradas sem sentido, avaliadas em falsas memórias, a sua verbalização diminuiria, o que poderia acarretar no avanço da situação de Alzheimer", finaliza Teixeira.
A pesquisa foi orientada pela professora Regina Célia Gorodscy, doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e co-orientada pela docente Ruth Lopes, coordenadora do Programa de Estudos Pós Graduados em Gerontologia, da PUC-SP.
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