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domingo, 1 de novembro de 2009

Mais de 90% das crianças com Síndrome de Down tem deficiência auditiva

Estudo da UNIFESP aponta que a principal causa são as deficiências condutivas que podem ser prevenidas ou tratadas

Um estudo da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) sobre o perfil e rastreamento genético auditivo de crianças e adolescentes com Síndrome de Down apontou que 92,6% destes pacientes apresentam algum tipo de deficiência auditiva, sendo que 70,4% são deficiências condutivas que podem ser prevenidas ou tratadas. A principal consequência é o aumento da dificuldade de aprendizado e de desenvolvimento da linguagem e da comunicação.
A deficiência auditiva condutiva é a que ocorre na orelha média, que transforma a energia sonora em energia mecânica e só está plenamente desenvolvida a partir dos sete anos de idade. A causa mais freqüente, identificada em 68,5% dos casos, é a otite média secretora, que tem maior incidência em crianças com síndrome de Down porque nestes indivíduos a rinofaringe é mais estreita, há flacidez dos músculos que controlam a tuba auditiva, o sistema imunológico é mais frágil e a secreção produzida na orelha média é mais espessa. Esse tipo de problema geralmente se manifesta a partir de um ano de idade e coincide com o início do desenvolvimento da adenóide. Sendo assim, o estudo indica a necessidade de avaliações otorrinolaringológicas e acompanhamento auditivo, por meio de imitânciometria e audiometria, nos primeiros anos de vida.
Se for constatada a otite média secretora, o tratamento mais indicado é o cirúrgico (adenoidectomia e a colocação dos tubos de ventilação). Para preveni-la, deve-se evitar alimentar a criança deitada ou deitar logo após a refeição e tratar adequadamente as rinossinusites e rinites. “Quanto mais discreta for a intensidade da deficiência auditiva, menos sintomas aparecem e o diagnóstico é mais difícil. No entanto, as deficiências discretas-moderadas são suficientes para dificultar o aprendizado e a comunicação. Por isso é importante que familiares, professores e profissionais de saúde estejam atentos a este problema”, afirma o coordenador da pesquisa, Cheng T-Ping.
O estudo foi realizado pela disciplina de Otorrinolaringologia da UNIFESP, que passou a compor em 2009 o projeto de parceria com a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) que já conta com os trabalhos da disciplina de Cardiologia e do departamento de Oftalmologia da Universidade. Os resultados apresentados são semelhantes aos levantados em outros países, sendo que a originalidade está na pesquisa da presença de genes que estão habitualmente relacionados com as deficiências auditivas não-sindrômicas em pacientes sindrômicos. Essa análise contou com a parceria do Laboratório de Genética Humana da UNICAMP (Universidade de Campinas) para a avaliação genética por meio de amostra de DNA do grupo de crianças com síndrome de Down atendidas pela Disciplina de Otorrinolaringologia Pediátrica da UNIFESP. Foi identificado que os casos de deficiência auditiva sensorioneural em pacientes sindrômicos podem estar relacionados a mutações genéticas que habitualmente são descritas apenas em pacientes não-sindrômicos.

Sobre a UNIFESP
Criada em 1933 por um grupo de médicos reunidos em uma sociedade sem fins lucrativos, a Escola Paulista de Medicina (EPM) foi federalizada em 1956 e, em 1994, transformada em Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), primeira universidade especializada em saúde no País. Atualmente, com 18 mil alunos matriculados nos cursos de graduação, pós-graduação e demais programas de pós, a UNIFESP conta com 874 docentes, sendo que 93% possuem título de doutor, um percentual que marca a qualidade de ensino oferecida por uma das universidades que mais cresce no País.
A Escola, que possuía um único prédio no início de suas atividades, inaugurou em 1940 o Hospital São Paulo, primeiro hospital-escola do País, e atualmente o campus na capital - Campus São Paulo - ocupa 251 propriedades, com 138 mil m2. Em 2006, a UNIFESP iniciou o mais ambicioso processo de expansão universitária do País, saltando de um para cinco campi e de cinco para 25 cursos de graduação. Com os novos campi na Baixada Santista, Diadema, Guarulhos e São José dos Campos, a instituição deixou de atuar exclusivamente no campo da saúde, inaugurando cursos nas áreas de humanas (Guarulhos) e exatas (Diadema e São José dos Campos). Até 2014, a UNIFESP planeja criar mais sete cursos, fazendo com que o número total de vagas oferecidas a cada ano no vestibular evolua das atuais 1.812 vagas para 2.598.
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