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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Dia Mundial da Visão: 08 de Outubro

No Brasil existem mais de 1 milhão de cegos e 4 milhões de deficientes visuais. Segundo estudo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 90% das vítimas de cegueira no país são de baixa renda. Além de recursos públicos, falta informação para combater o mal

No dia 08 de outubro foi comemorado o Dia Mundial da Visão, que, em 2009, tem como mote Gênero e Saúde dos Olhos: Acesso Igual à Visão. Instituído em 2000, o Dia Mundial da Visão é uma das ações do Programa 2020: O Direito à Visão, que tem como objetivo primordial eliminar a cegueira por causas evitáveis do mundo até o ano de 2020. A iniciativa é coordenada pela Organização Mundial da Saúde, OMS, e pela Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB - International Agency for Prevention of Blindness), e conta com o apoio de entidades internacionais, instituições de atenção oftalmológica, organizações não governamentais (ONGs) e corporações em todo o mundo.
Estimativas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, CBO, apontam para a existência de 1,1 milhões de cegos no Brasil (0,6% da população estimada) e cerca de 4 milhões de deficientes visuais sérios. 90% das vítimas de cegueira no país são de baixa renda. As duas principais causas de cegueira evitável ou curável na América Latina, em geral, e no Brasil, em particular, são: a catarata e a falta de óculos.
Catarata
Números do Departamento de Alta e Média Complexidade da Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde revelam que dentre as principais causas de cegueira que acometem os idosos, está a catarata, responsável por cerca de 47% dos casos no Brasil. Realizamos, em média, entre 450 e 480 mil operações por ano, enquanto seriam necessárias 580 mil cirurgias. “Esses números representam um grande desafio social para o Brasil. Serão necessárias políticas sociais adequadas aos idosos, com soluções que não os excluam dos sistemas de saúde. Prevenir o aparecimento e o agravamento dos problemas visuais é de fundamental importância na velhice. Muitas das fraturas de cabeça do fêmur em pessoas idosas costumam estar associadas ao fato delas não estarem enxergando bem ao andar nas ruas, ao subir ou descer calçadas e escadas”, afirma o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
Até 25 anos atrás, a catarata era tida como algo inerente ao envelhecimento. Idosos teriam que conviver com ela de alguma maneira, bem ou mal... A facectomia intracapsular era a técnica cirúrgica mais empregada em todo o mundo para a remoção da catarata. A cirurgia exigia pelo menos sete dias de internação hospitalar. E a restauração visual se completava após um mês da cirurgia, com a prescrição de óculos especiais que provocavam a distorção das imagens e muito medo no paciente na hora de se locomover, pois não garantiam uma percepção real de tempo e espaço. Para evitar os desagradáveis efeitos desta temida cirurgia, os oftalmologistas costumavam esperar a 'catarata amadurecer', a doença tinha que alcançar quase o mesmo grau de maturação em ambos os olhos, para que o médico os operasse com o menor intervalo possível. Se a catarata fosse unilateral, nem era operada devido ao pós-operatório conturbado.
Hoje, envelhecer com autonomia requer uma boa visão e uma boa audição. Por isto, a cirurgia de catarata estará indicada a partir do momento em que o portador de catarata perceber que já não desfruta de uma visão adequada para realizar suas tarefas de forma segura. “No idoso, a diminuição da capacidade visual geralmente se deve a doenças oculares crônicas que vão diminuindo a visão de maneira progressiva. Problemas oftalmológicos também estão associados a altas taxas de depressão e a dificuldades para a realização das atividades diárias”, destaca Centurion.
Com os contínuos avanços oftalmológicos, tanto faz se a catarata afeta apenas um dos olhos ou ambos, se a doença está em diferentes estágios de maturação nos dois olhos, pois as lentes intra-oculares corrigem este problema. Para tratar a catarata, o oftalmologista precisa fazer um minucioso estudo sobre a vida do paciente, pois a terapêutica é completamente personalizada. “É preciso planejar a cirurgia de catarata individualmente. A acuidade visual é devolvida ao paciente de acordo com o seu estilo de vida. Para um paciente portador de catarata que não desenvolve rotineiramente atividades de cunho intelectual, oferecemos uma solução, um tipo de implante ocular, após a remoção da catarata. Para outro que necessita dirigir à noite e ainda mantém um ritmo de trabalho intenso com uso do computador, pensamos em outro tipo de implante”, conta o diretor do IMO.
“Evoluímos ao ponto de a cirurgia de catarata, que antes se restringia a devolver a 'visão possível' aos pacientes, se tornar um procedimento que tenta libertá-los também do uso de óculos após a cirurgia. Já podemos restaurar a visão e sem necessidade de lentes oftálmicas após a cirurgia. Diante de tamanhos avanços e de tantas facilidades terapêuticas, é muito difícil aceitar passivamente que um idoso ainda fique cego por falta de acesso ao tratamento apropriado da catarata”, diz Centurion.

Falta de óculos
Que cegueira e pobreza andam junto, o Brasil já sabe. Mas um estudo feito pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) mostra bem esta triste realidade: que 90% das pessoas atingidas pela cegueira no país são de baixa renda. Do total de 1,1 milhão de cegos, hoje, existentes no Brasil, a grande maioria, está na população mais pobre do país. Segundo a pesquisa da entidade, por falta de informação e de acesso à medicina e à tecnologia, a região brasileira que apresenta o maior número de pessoas com catarata é a Nordeste. Já o glaucoma é encontrado nos estados que têm maior população negra, como a Bahia. “O maior problema da associação de falta de recursos e pobreza é a desinformação. As pessoas não sabem que existem doenças que causam cegueira irreversível que podem ser tratadas, antes que a cegueira esteja instalada”, diz o oftalmologista Eduardo de Lucca, que integra o corpo clínico do IMO.
“Além da abordagem usual sobre as causas de cegueira com maior prevalência: catarata, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade, retinopatia diabética, precisamos levar em consideração o custo social da cegueira, ou seja, a expectativa de vida e o tempo que pacientes sem acesso a tratamentos e orientações médicas viverão cegos”, defende Eduardo de Lucca.
“O levantamento dos agravos oculares na população é o primeiro passo para se identificar prioridades e estratégias dos gestores de saúde, políticos, pesquisadores e médicos interessados no combate à cegueira”, defende o oftalmologista do IMO. http://www.imo.com.br/

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