Nossos Vídeos

terça-feira, 29 de maio de 2007

Embalagens do futuro



Uma simples visita às seções de carnes e de verduras do supermercado já dá uma idéia da quantidade de bandejas de poliestireno expandido (EPS), o material conhecido como isopor, usado em embalagens. Em tempos de crescente preocupação ambiental, é natural que o isopor, derivado do petróleo e de difícil reciclagem, tenha se tornado um problema para empresas, indústrias e agricultores. Mas, para o químico Eduardo Kehl, o problema virou um estímulo que o levou a transformar sua indústria de borrachas em São Carlos, no interior de São Paulo, num grande laboratório de pesquisa e produção de uma alternativa biodegradável ao EPS. Depois de quase 15 anos de estudos, finalmente, a recompensa: Kehl e seu sócio Ricardo Vicino criaram a Bioespuma, um substituto totalmente biodegradável, compostável (vira adubo para a terra) e atóxico, a partir de soja, milho, arroz, cana-de-açúcar e mamona.

Além de substituir as bandejas de alimentos usadas pelos supermercados e padarias e as embalagens que protegem os eletrônicos e os eletrodomésticos durante o transporte, a Bioespuma também pode ser aplicada em uma série de outros produtos. Se há um vazamento de petróleo no mar, por exemplo, é possível jogar uma manta de Bioespuma sobre a água, pois, tal qual uma esponja, ela o absorverá. Para reutilizar a manta, basta espremê-la e livrar-se do óleo. Dá para usar o produto, também, em filtros para recuperação de esgotos industriais e tratamento de água e para substituir as espumas verdes de fenol, um material cancerígeno, usadas como base para arranjos florais e para a hidroponia. "Também desenvolvemos suportes para sementes e mudas, vasos para plantas e lastros para produzir grama enriquecidos com nutrientes. Em todos esses casos, é possível fazer a transferência para o solo com a própria embalagem, que vai se decompor e liberar os nutrientes na terra", diz Kehl. Enquanto a decomposição do EPS na natureza leva 500 anos, esse tipo de poliuretano se decompõe em no máximo dois anos"

Fonte: http://empresas.globo.com/Empresasenegocios/0,19125,ERA1533335-2991,00.html